Pedro Guido Duarte - Tardes de Varginha
Luzerna de mil chamas se irradia
Dos raios flamejantes do poente;
Feérico esplendor que lentamente,
Queimar parece, quase, o fim do dia.
E o zéfiro do ocaso em agonia,
Soprando-lhe as centelhas reluzentes,
Apaga este cenário incandescente,
De cores, cinzelado com harmonia.
No rubro firmamento há, entretanto,
Miríades de luz por todo canto,
Tingindo a negra noite que caminha.
Um sussurro perpassa entre a ramagem,
e o poeta embevecido na miragem,
contempla as belas tardes de Varginha.