Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Marcos Resende Amigos

Marcos Resende Amigos

Edison Braga - Joguei no Milhar

Edison Braga 02.jpg

Índice Amigo ◦ Índice Geral


Acordei assustado e com uma sensação de desconforto. Mas, o número estava lá, se repetindo na minha cabeça. No sonho, eu tentei tantas vezes a ligação que o número se fixou na minha mente. Não era um número impossível. Não! Quatro dezenas que perfaziam um número absolutamente provável de um telefone fixo da cidade de São Paulo. Ligar ou não ligar? E se for o número de uma funerária? E aí? Como eu ia ficar?


Ao pensar nessa hipótese, eu me lembrei de um outro sonho que tive. Aos dezesseis anos. Sonhei com um tio que já havia falecido. Até aí nada demais. O terrível foi que ele me disse, sorrindo, que eu morreria às quatro horas de Domingo. Isso foi numa madrugada de quarta para quinta-feira. Foi terrível ver o tempo passar e o Domingo vir chegando... Depois, as horas. Meia noite... Uma hora, duas, três... Os minutos... Tive coragem de olhar o relógio até faltar uns vinte minutos para a hora marcada. E aí, quando voltei a olhar já tinham passado uns dez... E nada tinha acontecido. UFA! Estava salvo. Mas, espera um pouco. Ele não disse se a hora fatal seria as quatro da manhã ou da tarde! Nova angustiante espera. Mas, desta vez, não aguentei esperar a hora da morte sozinho. Contei para minha mãe! Só não disse quando seria o momento. Apenas que havia recebido o aviso mortal. Minha mãe não ajudou em nada. Ficou mais angustiada que eu. A todo momento me perguntava se a hora marcada havia passado. Até que, como da primeira vez, o segundo fatal passou e cá estou eu aqui, vivinho!

Se bem que, por vários domingos, a angustiante espera recomeçava. Afinal, meu tio Olavo não havia precisado qual seria o Domingo! Só fiquei mais calmo quando, num outro sonho, meu tio reapareceu e, com um ar desenxabido, pediu que eu lhe desculpasse. Tio Olavo sempre foi muito gozador...

Isso foi há muitos anos atrás. Quem sabe num Domingo qualquer, que eu espero estar bem longe, eu revejo o tio Olavo.
Quanto ao sonho mais recente, o do número do telefone, eu criei coragem e liguei. Aguardei um toque e uma voz impessoal atendeu: — A Telefônica informa. Esse número não existe. Aí, resolvi jogar os números do telefone no bicho. Estou indo ver se acertei no milhar...

23.06.2002

Índice Amigo
 ◦ Índice Geral

Amigos

  •  
  • Pesquisa:

     

    Marcos Resende