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Marcos Resende Amigos

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Célio Segundo Salles - O Porco

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Na doce ilusão de ter um amor,
Mandei-te uma mensagem de calor,
Dizendo-te de minha vontade descabida
de ter a ti como minha querida.
Mas, para ti, sou catingudo,
Um porco sujo, cabeludo,
Que não serve para ser teu fã,
Mas, que serve para te dar maçã.
Sou de boca mal cheirosa,
Mas, de mão que oferta rosa,
Morando em imunda biboca,
Mas, pagando sempre a pipoca.
Perto de ti, não tenho direito à fala,
Mas, posso te dar tanta bala!
Quando, apesar de nojento
Levo-te ao divertimento.
Sei que sou digno de pena
Por levar-te à sessão de cinema,
Na esperança de receber o teu beijo,
Mas, és tu quem recebe o meu queijo.
Quando penso que te agarro,
Passeando pelo Bósforo,
Tu me pedes um cigarro
E eu te dou, também, o fósforo.
Enfim, te faço toda a gentileza,
Mas, não sento à tua mesa,
Porque tu és a Sônia bela,
E eu a cigana fera!
... Servindo de escravo e de palhaço,
Que vendo rejeitado o braço,
Ainda quer dar a mão,
Por não entender o fiasco,
de que é capaz teu coração!

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