Célio Segundo Salles - Eu, Janeiro e Tu
Ris de mim, rio de ti, rio de janeiro
Janeiro ti de todos!
Ele é o cume da montanha estúpida
que agride impiedosamente
... Aonde a gente chega sem ele ter pedido.
Lá no alto, depois da imensa subida
Só existe cachorrada, nada mais!
Cachorro à esquerda, cachorro à direita
na frente e atrás.
Além dos cachorros há o nada!
Nada que confunde e esclarece.
Confunde o trabalhão todo que se teve
para subir.
Esclarece que tudo é em vão.
E nó mês de janeiro que eu vejo tudo claro:
O Sol, o Céu, a montanha, o horizonte
E o meu fracasso!
É na imensidão de janeiro que eu vejo
distâncias estúpidas... a separar-me de ti!
É nessa mesma distância que sinto o vazio
da minha vida! Tão desértica, tão árida!
Com o meu começo numa ponta e na outra o teu fim.
Se eu caminhar, rindo ou chorando, separo-me ainda mais de ti
... Porque estarei chegando ao meio.
O auge do deserto.
Janeiro ti de todos!
Ele é o cume da montanha estúpida
que agride impiedosamente
... Aonde a gente chega sem ele ter pedido.
Lá no alto, depois da imensa subida
Só existe cachorrada, nada mais!
Cachorro à esquerda, cachorro à direita
na frente e atrás.
Além dos cachorros há o nada!
Nada que confunde e esclarece.
Confunde o trabalhão todo que se teve
para subir.
Esclarece que tudo é em vão.
E nó mês de janeiro que eu vejo tudo claro:
O Sol, o Céu, a montanha, o horizonte
E o meu fracasso!
É na imensidão de janeiro que eu vejo
distâncias estúpidas... a separar-me de ti!
É nessa mesma distância que sinto o vazio
da minha vida! Tão desértica, tão árida!
Com o meu começo numa ponta e na outra o teu fim.
Se eu caminhar, rindo ou chorando, separo-me ainda mais de ti
... Porque estarei chegando ao meio.
O auge do deserto.
Marcos, Célio Segundo Salles e Sílvio Brito (1975)