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Marcos Resende Amigos

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Aloísio Abreu - Semente Maldita

Aloísio Abreu 02.jpg

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Semente perdida
jogada n’ areia,
sumida na lama,
levada p’ro espaço.
Lembrando uma vida,
em meio à fumaça
da sala de dança,
o povo em festa.
Do copo de vinho
e a vida fugida.
Do cheiro de gente,
do sarcasmo das línguas,
que ferem e matam.
Descambam desejos.
Masceram os sonhos.
Destroem lembranças.


Semente maldita,
de ignorância que vive.
Cresce e não morre, mas mata.
Devora os pequenos, suga-lhe o sangue.
Língua pútrida, viciada,
Semente de discórdia, inveja, ódio.
Sepulcro que exterioriza beleza,
mas, não mostra sua putrefação,
em noites de orgias, de festas fúnebres,
com manjares de sangue e suor de fracos.

Semente maldita,
semente do mal,
semente da lama,
destruidora da felicidade alheia,
ameaça ao povo.
Ao povo que ri,
desespera, chora, grita, morre.
Morre, porque esta maldita semente vive.

Maldita (Semente) ignorância.
Tu, semente, semente do mal,
Morre, porque todos os dias, o ódio te devora!

Semente maldita,
semente do mal,
semente da lama.
Maldita semente,
língua pútrida,
maligna língua.
(1965)

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